Pets idosos: prolongando uma história de amor

16/03/2017 Sumara Mesquita

Especial Pets Idosos

PROLONGANDO UMA HISTÓRIA DE AMOR

Equipe Tarantina

Assim como os humanos, a expectativa de vida hoje é maior também para os pets. A evolução da tecnologia e o aprimoramento dos cuidados, com profissionais cada vez mais especializados e produtos elaborados para aumentar a qualidade de vida, permitem estender a alegria do convívio. Mas com a longevidade também surgem novas atribuições.

O veterinário e ortopedista José Francisco Saito, um dos fundadores do Hospital Clinicão & Gato, informa que para garantir a longevidade dos pets é importante, entre outros fatores, manter o controle do peso desde filhotes, com alimentação balanceada e exercícios regulares. “A velhice está associada a esse controle, ou seja, para envelhecer com saúde é preciso combater a obesidade desde muito cedo, com equilíbrio de atividades físicas e da dieta diária de vitaminas, proteínas e outros nutrientes necessários para o desenvolvimento pleno dos órgãos”, explica o ortopedista.

“Somos uma máquina biológica”, afirma Saito, lembrando que animais e humanos têm os mesmos órgãos e suas respectivas funções, apesar das diferenças, como a estimativa de vida. Ele informa que cães menores costumam ter maior expectativa de vida em comparação aos de maior porte. Um cão de pequeno porte, por exemplo, pode atingir até 18 ou 20 anos, enquanto um de maior porte atinge 12 anos. Já a longevidade dos gatos se estende por mais tempo.

As cirurgias mais comuns nos pets idosos, segundo Saito, são as de artrose, rupturas ligamentares, além do controle de doenças na coluna. “A recuperação, com a idade avançada, torna-se mais lenta, devido à queda do metabolismo. Por isso as recomendações essenciais se constituem na manutenção do peso, exercícios regulares, incluindo caminhadas e vivência em pisos ásperos, melhorando o equilíbrio e a saúde articular, e garantindo uma velhice ortopédica muito mais saudável”.

No caso dos gatos, o veterinário sugere que os tutores tentem adequar o lar à agilidade natural dos felinos, propiciando formas de garantir que se exercitem, como, por exemplo, com a instalação de armários adequados, para que possam escalar, além e instrumentos para malabarismo, criando situações lúdicas que garantam diversão e bem-estar. “Muitas vezes os humanos transferem seus problemas pessoais para os pets, mimando demais, alimentando além da conta e embelezando. Mas o principal mesmo é ter consciência da posse responsável, com os cuidados essenciais e com o que de fato eles mais gostam: a presença do dono”, reforça o veterinário.

14 anos com Sansão

Dona de Sansão, um Teckel que em junho deste ano completa 14 anos, Jeniffer de Lima Lobo lembra que seu cãozinho está com ela desde bebê. “Foi presente de um amigo, mas eu já procurava um para adotar. Era tão pequeno que cabia numa caixa de sapato”. Ainda filhote ela o levou ao Hospital Clinicão & Gato para as primeiras vacinas, cuidados e orientações. Com o passar dos anos, a tutora percebeu que ele se tornou mais lento, menos ansioso, e agora tem pelinhos brancos. ‘’A agitação de antes deu lugar a uma certa calmaria. Está mais manso. Já não consegue subir degraus altos e pular do chão para o sofá. Assim como nós, foi ficando mais calmo. Há uma limitação natural com a idade”, conta.

Recentemente Sansão retirou um cisto da anca e apresentou o diagnóstico de sopro cardíaco. Hoje toma medicamentos para hipertensão e para o coração. “Minha prioridade é garantir a qualidade de vida, com os cuidados necessários”, diz a tutora, emocionada, ao lembrar-se que Sansão acompanhou uma transição difícil de sua vida pessoal. “Esteve sempre ao meu lado, ‘consolando’ e lambendo minhas lágrimas”.

Posse responsável

Consultas periódicas, vacinação e realização de exames são fundamentais durante toda a vida dos animais domésticos. Por isso, ter médicos veterinários de confiança acompanhando o desenvolvimento deles é essencial. Para o clínico geral Guilherme Camargo Pereira, graduando em Cirurgia de Tecidos Moles, a boa relação entre tutores e veterinários faz toda a diferença. “A relação tem que ser de muita confiança e, na maioria das vezes, acaba se transformando em amizade, como acontece no Hospital Clinicão & Gato, aonde acompanhamos pacientes desde os primeiros meses de vida”.

Guilherme lembra que atualmente os pets vivem bem mais do que antigamente, muito em decorrência da evolução na Medicina Veterinária e também por conta da posse responsável, com tutores cuidando cada vez mais e melhor dos bichinhos. Mas o veterinário ressalta que como consequência dessa maior longevidade também surgem novas condições de saúde e comportamentos que até então eram desconhecidos.

Por isso o veterinário aponta a necessidade de o tutor conhecer bem o bichinho para entender seus sinais e sempre procurar ajuda profissional. Segundo Guilherme, em alguns casos, até a forma de brincar pode ser um indício de que algo não vai bem. “No caso dos animais idosos, é imprescindível uma checagem anual, mesmo que não apresentem doenças crônicas. Já para os cães e gatos que necessitam de cuidados especiais, o acompanhamento com exames deve acontecer, no mínimo, a cada seis meses”, conclui.

Doenças mais comuns em pets idosos

Artrite – dificuldade de locomoção
Diabetes
Câncer
Problemas de tireóide – principalmente em gatos
Doenças de fígado
Doenças renais – principalmente em gatos
Doenças cardíacas
Perda gradativa de visão
Obesidade

Dicas para garantir uma velhice tranquila do pet

Manter o pet no peso ideal
Alimentação balanceada
Controle de parasitas – redobrar a atenção
Controle da vacinação – sempre acompanhada por um médico veterinário
Manter a mobilidade – dentro das limitações do seu pequeno
Saúde mental: evitar e controlar senilidade com interação, exercícios, brinquedos e tarefas.
Estar sempre atendo a mudanças de saúde e comportamento
Sempre procurar orientação e cuidados de médicos veterinários